15 abril 2012

À Mecenas nossa

sobre jornalistas

E lá estávamos nós
No sanatório fétido
A tintura da cevada
Que chamavam de café
Misturava-se ao leite
Que não passava
De um suco fraco feito só de soja...
O pão distribuído
Mantinha por incrível
Que pareça
Algumas gramas de farinha de trigo
Entre a pasta de farinha de milho
Sobrevivemos...
A grande e trágica dor
Foi ir ao teu sepultamento
Mecenas...
Liberto daqueles malditos
Quartos e corredores
Por poucas horas
Logo após a pedra tumular
Cobrir teu esquife
Retornamos
Ao sanatório
E ao dia deste poema
Obrigado pela Liberdade!
Eternamente obrigado
Mecenas nossa...
Tuas atrizes jornalistas
Passaram meramente
À funcionárias bancárias!

Outono/2011

Um comentário:

guilherme e. meyer disse...

Caralho, muito bom esse poema...E outros tantos aqui; conteúdo sincero,
exposto honesto, sem medo, habilmente cadenciado e talentosamente ritmado; meus mais sinceros parabéns (que talvez não signifiquem grande coisa heheh)...Um grande abraço!